A INTRIGA DO GALO
COM A RAPOSA
Autor: Olegário Alfredo membro da ABLC - Academia Brasleira de Literatura de Cordel e ALTO – Academia de Letras de Teófilo Otoni - www.olegarioalfredo.com.br
A intriga galo e raposa
É muito bastante antiga
Os dois nunca se truvaram
Vivendo em constante briga
A raposa fica sempre
Querendo encher sua barriga.
Mas o galo espertalhão
Não dá chance pra raposa
O galo tem sua galinha
Que é sua fiel esposa
A raposa traiçoeira
Não pega nem mariposa.
Vou contar daqui pra frente
Como tudo começou
Enganar o galo velho
A raposa já tentou
O galo por sua vez
Sei que nunca vacilou.
Este peleja se deu
No campo do Mineirão
Cruzeirense e atleticano
Estavam em discussão
De saber qual o melhor
O time da região.
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Aqui nas Minas Gerais
Futebol lidera assunto
Muito mais que política
Religião ou de defunto
Sabemos que nosso galo
Na jogada chega junto.
O Cruzeiro é um time
De porte fenomenal
Pode se considerar
O melhor da capital
Além de jogar futebol
Faz trabalho social.
Em se tratando de bola
No cenário nacional
Para todos os mineiros
O Atlético é maioral
Possui a maior torcida
Do interior a Capital.
O galo é devorador
E tem porte soberano
No jogo do bicho é treze
O da sorte sem engano
Salve o treze vencedor
Que traz garra todo ano.
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A raposa ficou de fora
Do forte jogo do bicho
Deus pôs ela pelo mundo
Sem perdão e sem capricho
A caminhar pela terra
Balançando o rabicho.
O juiz já apitou
Pra peleja começar
Todos nós vamos ver
Pêlo com pena a voar
Quero ver nesta batida
Quem na bola vai ganhar.
Galo:
- Veja bem dona raposa
Comedora de carniça
Tens fama de traiçoeira
Só pega bicho preguiça
Sua carne fedorenta
Não serve nem pra lingüiça.
Raposa:
- E você galo bobão
Gosta tanto de galinha
Fica catando minhoca
É só pra fazer gracinha
No campo de futebol
Não ganha nem na porrinha
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Galo:
- Abra o olho raposinha
Eu já estou desconfiado
Este seu jeito de andar
De modo de requebrado
Isto é coisa de outro bicho
Cujo nome é o viado.
Raposa:
- Galo diz ser maioral
Só se for na fabulagem
Bicho homem quer sua carne
É sem sua camuflagem
E acabar de uma vez
Com a sua malandragem.
Galo:
- Seu campo de futebol
Conhecido como Toca
Também pode ser chamado
Um lugar de troca-troca
O meu é cidade do Galo
Lugar macho de badalo
Onde pia a jiripoca.
Raposa:
- As estrelas de meu time
São do Cruzeiro do Sul
Galo não tem distintivo
Nem no bolso do Raul
Minha camisa resplandece
A beleza do céu azul.
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Galo:
- Sua torcida é fajuta
E a minha é de primeira
A raposa não tem raça
Sabe só é ser faceira
A torcida atleticana
É uma nação brasileira.
Raposa:
- Chega de papo furado
Vamos já pro futebol
Se eu não te pegar na garra
Eu te pego é no anzol
Vou fazer de suas penas
Um lenço de cachecol.
Galo:
- Eu que mando na Pampulha
Lá que fica o Mineirão
Onde a raposa viu o galo
Ser o hexacampeão
Raposinha morre de inveja
E com dor no coração.
Raposa:
- O Cruzeiro é o maioral
Em 2003 foi certeiro
Venceu a Copa do Brasileira
E Campeonato Mineiro
Ainda quer saber mais?
Foi campeão brasileiro.
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Galo:
- O meu time é federal
Bate de qualquer maneira
Joga bola pra caramba
Até em terra estrangeira
Foi o único que já ganhou
Da Seleção Brasileira.
Raposa:
- Máfia azul nossa torcida
É de sangue italiano
Mancha azul, nossa charanga
Que detona o atleticano
O galo pra nós funciona
Como bandeira sem pano.
Galo:
- Em matéria de charanga
A do Atlético foi a primeira
Hoje tem a Galoucura
Da juventude mineira
Só as mulheres bonitas
Que seguram a bandeira.
Raposa:
- O meu time é ricaço
Tem campo bom pra treinar
Nossa Toca da Raposa
Lá na hora do papar
Serve um bom galo cozido
No almoço e no jantar.
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Galo:
- Se seu time é ricaço
Já o nosso é da massa
Foi nascido no Brasil
Por isso tem muita raça
Sei que o seu veio da Itália
Por isso ele é tão sem graça.
Raposa:
- Eu sei que seus jogadores
Andam por todos os lados
Já foram da segundona
E por lá foram humilhados
O seu consolo foi ser
Campeão dos rebaixados.
Galo:
- A família da raposa
Tem seus filhos sem ter prole
E também no futebol
Fica só no bole-bole
Que é igual a cocô de vaca
Muito grande, porém mole.
Raposa:
- O Cruzeiro ganha tudo
E não é de fanatismo
Campeão no Voleibol
Como também no atletismo
Vocês do Galo representam
Atletas do cretinismo.
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Galo:
- O hino do atleticano
É empolgante e gostoso
Já o hino de seu time
Tem o compasso choroso
Não alegra a torcida
Porque é muito moroso.
Raposa:
- Para de cantar de galo
E faça como o cruzeiro
Deixa de ser um malandro
Desça já de seu poleiro
Você deve respeitar
Todo time que é mineiro.
Galo:
- O meu time tem orgulho
Sobretudo é mineiro
Pois o nosso Atlético foi
Com seu tiro bem certeiro
O primeiro campeão
Do campeonato brasileiro.
O juiz determinou
Que terminasse o debate
A raposa mais o galo
Demonstraram ter quilate
Pois ninguém venceu ninguém
Ficando tudo no empate.
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lixo
ResponderExcluirParabéns, gostei da peleja entre o Galo e a Raposa, no fim o respeito e o amor pelo futebol foram mostrados. Volto pra ler mais!
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